Andreia de Carvalho explica os principais desafios na gestão de projetos financiados
Atualizado: 23 de ago. de 2022
Em entrevista ao Blog Be Responsible, Andreia de Carvalho partilha, a sua experiência na gestão de projetos financiados em contextos nacionais e internacionais e dá conselhos úteis.

Publicamos esta entrevista que pode ler na íntegra, aqui no Blog Be Responsible.
Qual é a história sobre a Andreia de Carvalho (AC) que nunca foi contada?
AC. Sempre fui uma pessoa sonhadora, curiosa e empenhada, mas nunca soube muito bem o que "queria ser quando fosse grande". Acabei por seguir os caminhos que a vida me foi mostrando e foi assim que cheguei a esta área de trabalho que me preenche muito.
Não vamos perguntar o que dizem os seus olhos... Mas quem é a Andreia de Carvalho?
AC. A Andreia é uma pessoa muito curiosa, empenhada e ridiculamente organizada. Que fala imenso e que é muito sociável. Que é rigorosa e que quando se compromete com algo é para o fazer bem feito. Que não gosta de falhar prazos, nem de "desculpas esfarrapadas". E que adora trabalhar com organizações.
Possui uma vasta experiência de acompanhamento e suporte a cerca de quarenta organizações da sociedade civil a nível nacional e internacional, nas áreas de gestão de ciclo de projeto e financiamento. Quais são os principais desafios, na sua opinião, na gestão de um projeto financiado?
AC. Trabalhar com diferentes organizações em diferentes contextos permitiu-me construir uma perspetiva bastante abrangente da gestão de projetos. Existem inúmeros desafios e obviamente que os contextos têm influência, mas, a meu ver, na generalidade os maiores estão relacionados com as limitações em termos de recursos (sobretudo humanos) e os imprevistos que surgem ao longo do ciclo de projeto.
Coordenou/a inúmeros projetos em todo o território nacional e em países como Bangladesh, Brasil, Senegal e São Tomé e Príncipe. Quais as grandes diferenças na gestão de um projeto nacional e de um projeto internacional?
AC. Ao longo dos anos fui trabalhando com diversas organizações, em diversos países e felizmente tive oportunidade de conhecer no local algumas dessas instituições como, aliás, está mencionado na questão. Na minha opinião pessoal, a grande diferença na gestão de um projeto está no contexto e na maior ou menor facilidade de atuação nesse mesmo contexto. Além disso, existem sempre as dinâmicas de trabalho que variam devido às influências sociais e culturais e finalmente, a aplicação de regras específicas consoante o país e/ou o financiador.
É formadora há mais de dez anos nas temáticas de desenvolvimento e cooperação internacional; ação humanitária; gestão de projetos sociais; voluntariado e medicina humanitária e foi professora convidada na Pós-Graduação Crise e Ação Humanitária no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP - UL). Nesta masterclass promovida pela Academia Be Responsible dedicada ao tema "Sou Gestor de um projeto financiado. E agora?"o que podem os formandos esperar desta ação? O que levou a propor esta masterclass?
Nos últimos anos tenho trabalhado muito de perto com organizações nacionais e foi muito interessante e enriquecedor perceber a dinâmica destas. Isso permitiu-me também identificar as principais dificuldades de quem gere os projetos nestas instituições e foi essa a razão pela qual decidi criar esta masterclass. É uma sessão curta que pretende ser direta e concreta para que os destinatários possam, no final da sessão, saber por onde começar. Há pequenos procedimentos que se tornam cruciais e importantes para construir um caminho sólido, por isso, achei que faria sentido começar por aí.
Ao longo do seu percurso profissional, qual o projeto que gostou mais e menos de gerir? Porquê?
AC. Confesso que me é bastante difícil selecionar projetos específicos, pois cada um deles apresentou desafios distintos e aprendizagens importantes. Posso, no entanto, referir que os projetos que gostei menos de gerir foram aqueles em que senti que as pessoas envolvidas não estavam comprometidas. E talvez pela proximidade temporal o projeto que estou a gerir atualmente é um dos meus favoritos, muito pela sua dimensão e pelo desafio que tem representado para mim.
Em 2023, a Academia Be Responsible lançará um curso intensivo com a duração de 21 horas dedicado à temática da Gestão de projetos sociais. Quais os temas que serão abordados neste curso? Em que sentido difere da masterclass "Sou Gestor de um projeto financiado. E agora?". Quais são os principais destinatários do curso?
AC. A masterclass foi criada para introduzir o tema e deixar algumas orientações práticas, enquanto o curso pretende abordar de forma mais detalhada a gestão do ciclo de projeto. Ao longo do curso serão abordadas as diferentes fases do ciclo de projeto e iremos promover a partilha de experiências, de forma a enriquecer as sessões, além das orientações práticas. O curso é direcionado para gestores e coordenadores de projeto de organizações sociais, técnicos que desempenhem estas funções e, eventualmente, interessados na temática.
Quais os cinco conselhos úteis que poderia dar a quem gere um projeto, quer seja ou não financiado?
AC. Cinco conselhos úteis que deixo a quem gere um projeto, seja ele financiado ou não, são:
1. Começar por planear;
2. Organizar;
3. Controlar os prazos (calendarizar);
4. Acompanhar e monitorizar;
5. Preparar-se para imprevistos.
Assista à 2º Edição da Masterclass "Sou Gestor de um projeto financiado. E agora?" no próximo dia 30 de agosto das 18h30-21h30, via zoom pro. Ainda existe algumas vagas disponíveis.
Conheça o programa detalhado e a restante oferta formativa em www.academiaberesponsible.com.
Sobre formadora Andreia de Carvalho
Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho. Mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG-UTL).
Foi coordenadora de projetos numa organização humanitária durante mais de 12 anos, onde desempenhou funções no departamento internacional. Experiência de acompanhamento e suporte a cerca de quarenta organizações da sociedade civil a nível nacional e internacional, nas áreas de gestão de ciclo de projeto e financiamento. Incluiu trabalho de proximidade no terreno em todo o território nacional e em países como Bangladesh, Brasil, Senegal e São Tomé e Príncipe e ainda, preparação e acompanhamento de mais de uma dezena de expatriados voluntários no Brasil e Bangladesh. Foi ainda project manager numa consultora na área do desenvolvimento internacional.
Formadora há mais de dez anos nas temáticas de desenvolvimento e cooperação internacional; ação humanitária; gestão de projetos sociais; voluntariado e medicina humanitária. Recentemente, abraçou o desafio como Senior Desk Officer numa organização social que se dedica ao empoderamento feminino.