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Mobilizar por Dentro: o Desafio (ainda) Invisível das Organizações Sociais

  • Foto do escritor: Be Responsible
    Be Responsible
  • 23 de out.
  • 2 min de leitura

Ao longo dos últimos anos, temos assistido a uma clara evolução na forma como as organizações sociais comunicam, angariam fundos e medem impacto. É um facto!


No entanto, esta manhã, na Oficina “ABC da Angariação de Fundos”, a convite da EAPN Portugal – Núcleo de Lisboa, no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, os desabafos dos profissionais presentes foram vários… Saí de lá a pensar que, mais uma vez, as dificuldades entre as organizações sociais são muito semelhantes e não se prendem apenas com a falta de recursos ou com equipas reduzidas.


Há um tema que continua a surgir, silencioso, persistente e, muitas vezes, esquecido: a mobilização interna.

A mobilização interna vai muito além de motivar equipas.Trata-se da mobilização para os temas da comunicação e da angariação de fundos, garantindo que a mensagem que sai para fora seja coerente e eficaz. Inclui também a mobilização entre colegas e a partilha de informação, assim como a mobilização para uma gestão financeira mais eficiente e eficaz. Em suma, é criar um ambiente onde todos trabalham de forma integrada, alinhados com a missão e os objetivos da organização.


Mobilizar por dentro é muito mais do que motivar equipas. É criar sentido de pertença, alinhar valores e fazer com que cada pessoa, da direção ao voluntariado, se sinta parte ativa da missão.

E, no entanto, quantas vezes as organizações investem tempo e energia em comunicar para fora, esquecendo-se de que a primeira comunidade a inspirar é a de dentro?


A liderança, aqui, assume um papel determinante. Não basta gerir, é preciso envolver, escutar e dar espaço à coautoria. O verdadeiro impacto nasce quando quem executa acredita tanto na causa quanto quem a representa.


É curioso: muitas vezes assumimos que, pela natureza da sua missão, o setor social tem, à partida, um ADN predisposto a uma liderança positiva e participativa. Mas engane-se quem assim pensa. Organização social ou não, todas as organizações são feitas de pessoas, para pessoas.


Como refere Philip Kotler, e também reforça Bryan Kramer no seu livro “There Is No B2B or B2C: It’s Human to Human”, vivemos numa nova era - a era do H2H: Human to Human. Já não se trata de B2B ou B2C, mas de relações genuínas entre pessoas.
E é o que afirmamos na angariação de fundos: pessoas dão a pessoas. Mas na prática, é o que acontece?

Pergunto-me: O que podemos fazer para celebrar o que nos une, o compromisso com o bem comum, e estimular a co-responsabilidade e o sentimento de propósito?

O setor social tem dado passos notáveis na sua profissionalização, ainda que estejamos longe da meta. Qual será o próximo salto? O que fazer para cultivar lideranças mais humanas, empáticas, colaborativas e conscientes, capazes de transformar equipas em verdadeiras comunidades de impacto.


E tu, o que pensas sobre este tema? Partilha a tua opinião, gostaria mesmo de saber como vês este tema!


@Linda Morango. Desabafos, puros desabafos e pensamentos.


 
 
 

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