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Andreia de Carvalho explica os principais desafios na gestão de projetos sociais

Atualizado: 4 de nov. de 2023

Em entrevista ao Blog Be Responsible, Andreia de Carvalho partilha, a sua experiência na gestão de projetos financiados e não financiados em contextos nacionais e internacionais e dá conselhos úteis.

Formadora da Be Responsible
Andreia de Carvalho

Publicamos esta entrevista que pode ler na íntegra, aqui no Blog Be Responsible.


Qual é a história sobre a Andreia de Carvalho (AC) que nunca foi contada?

AC. Sempre fui uma pessoa sonhadora, curiosa e empenhada, mas nunca soube muito bem o que "queria ser quando fosse grande". Acabei por seguir os caminhos que a vida me foi mostrando e foi assim que cheguei a esta área de trabalho que me preenche muito.


Não vamos perguntar o que dizem os seus olhos... Mas quem é a Andreia de Carvalho?

AC. A Andreia é uma pessoa muito curiosa, empenhada e ridiculamente organizada. Que fala imenso e que é muito sociável. Que é rigorosa e que quando se compromete com algo é para o fazer bem feito. Que não gosta de falhar prazos, nem de "desculpas esfarrapadas". E que adora trabalhar com organizações.


Possui uma vasta experiência de acompanhamento e suporte a cerca de quarenta organizações da sociedade civil a nível nacional e internacional, nas áreas de gestão de ciclo de projeto e financiamento. Quais são os principais desafios, na sua opinião, na gestão de um projeto financiado?

AC. Trabalhar com diferentes organizações em diferentes contextos permitiu-me construir uma perspetiva bastante abrangente da gestão de projetos. Existem inúmeros desafios e obviamente que os contextos têm influência, mas, a meu ver, na generalidade os maiores estão relacionados com as limitações em termos de recursos (sobretudo humanos) e os imprevistos que surgem ao longo do ciclo de projeto.


Coordenou/a inúmeros projetos em todo o território nacional e em países como Bangladesh, Brasil, Senegal e São Tomé e Príncipe. Quais as grandes diferenças na gestão de um projeto nacional e de um projeto internacional?

AC. Ao longo dos anos fui trabalhando com diversas organizações, em diversos países e felizmente tive oportunidade de conhecer no local algumas dessas instituições como, aliás, está mencionado na questão. Na minha opinião pessoal, a grande diferença na gestão de um projeto está no contexto e na maior ou menor facilidade de atuação nesse mesmo contexto. Além disso, existem sempre as dinâmicas de trabalho que variam devido às influências sociais e culturais e finalmente, a aplicação de regras específicas consoante o país e/ou o financiador.


É formadora há mais de dez anos nas temáticas de desenvolvimento e cooperação internacional; ação humanitária; gestão de projetos sociais; voluntariado e medicina humanitária e foi professora convidada na Pós-Graduação Crise e Ação Humanitária no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP - UL). Na Academia Be Responsible ministrou a masterclass "Sou Gestor de um projeto financiado. E agora?", o que levou a propor esta ação?


Nos últimos anos tenho trabalhado muito de perto com organizações nacionais e foi muito interessante e enriquecedor perceber a dinâmica destas. Isso permitiu-me também identificar as principais dificuldades de quem gere os projetos nestas instituições e foi essa a razão pela qual decidi criar esta masterclass. É uma sessão curta que pretende ser direta e concreta para que os destinatários possam, no final da sessão, saber por onde começar. Há pequenos procedimentos que se tornam cruciais e importantes para construir um caminho sólido, por isso, achei que faria sentido começar por aí.


Ao longo do seu percurso profissional, qual o projeto que gostou mais e menos de gerir? Porquê?

AC. Confesso que me é bastante difícil selecionar projetos específicos, pois cada um deles apresentou desafios distintos e aprendizagens importantes. Posso, no entanto, referir que os projetos que gostei menos de gerir foram aqueles em que senti que as pessoas envolvidas não estavam comprometidas. E talvez pela proximidade temporal o projeto que estou a gerir atualmente é um dos meus favoritos, muito pela sua dimensão e pelo desafio que tem representado para mim.


A 07 de novembro de 2023, a Academia Be Responsible promove o curso intensivo com a duração de 12 horas dedicado à temática da Gestão de projetos sociais. Quais os temas que serão abordados neste curso? Em que sentido difere da masterclass "Sou Gestor de um projeto financiado. E agora?" que ministrou. Quais são os principais destinatários do curso?
AC. O curso pretende abordar de forma mais detalhada a gestão do ciclo de projeto. Ao longo do mesmo serão abordadas as diferentes fases do ciclo de projeto e iremos promover a partilha de experiências, de forma a enriquecer as sessões, além das orientações práticas. O curso é direcionado para gestores e coordenadores de projeto de organizações sociais, técnicos que desempenhem estas funções e, eventualmente, interessados na temática.

Quais os cinco conselhos úteis que poderia dar a quem gere um projeto, quer seja ou não financiado?

AC. Cinco conselhos úteis que deixo a quem gere um projeto, seja ele financiado ou não, são:

1. Começar por planear;

2. Organizar;

3. Controlar os prazos (calendarizar);

4. Acompanhar e monitorizar;

5. Preparar-se para imprevistos.


Inscreva-se no curso online de Gestão de projetos sociais, no próximo dia 07 de novembro das 18h30-21h00, via zoom pro. Quase esgotada! Só falta mesmo um danoninho!

Sobre formadora Andreia de Carvalho


Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho. Mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG-UTL).

Foi coordenadora de projetos de uma organização humanitária durante mais de 12 anos, onde acompanhou cerca de quarenta organizações da sociedade civil nacionais e internacionais, através da gestão de subvenções e suporte ao nível da gestão de ciclo de projeto. Esta experiência incluiu também o trabalho de monitoria e avaliação no terreno em todo o território de Portugal e em países como Bangladesh, Brasil, Senegal e São Tomé e Príncipe e ainda, a preparação e acompanhamento de mais de uma dezena de expatriados voluntários no Brasil e Bangladesh.

Foi gestora de projetos numa consultora na área da cooperação para o desenvolvimento, onde geriu projetos em Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau, trabalhando com mais de quinze consultores/peritos de diferentes equipas técnicas, assim como com diversas entidades financiadoras, cooperações e parceiros de consórcio.

Atualmente, é senior desk officer na área de fundos e impacto numa organização social que se dedica ao empoderamento feminino.

Formadora e professora há mais de dez anos nas temáticas de desenvolvimento e cooperação internacional; ação humanitária; gestão de projetos sociais; voluntariado e medicina humanitária.


É formadora e consultora na área de desenho, monitorização e avaliação de projetos na Academia Be Responsible.

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